Me chamaram para almoçar, acordei, ou nāo. Pensei em fingir
que estava dormindo só pra evitar o contato na mesa com meus pais e aguentar
perguntas do tipo ‘’Que horas foi dormir?’’ ‘’Ficou falando com ele?’’, mas
desisti dessa ideia porque estava realmente com fome. Arrumei a cama, abri as
janelas, vi aquele clima nublado ainda mais deprimente, limpei o chão , e pensei
nele logo em seguida.
Me arrumei e sai comer com meus amigos ( tentativa de
distração ) foi legal, rimos, falamos merda, comemos, fiz piadas idiotas e
aguentei piadas do mesmo tipo também, dividimos mais um prato de comida, nos
lamentamos, fizemos mais piadas ( umas até indesejáveis porém automáticas em
nossa mente), ao menos eu ri. Mexia no celular de uma forma tāo compulsiva que
até me assustei, porém só estava esperando uma mensagem qualquer dele. Depois
fomos dar umas voltas e esqueci do assunto por 15 minutos.
Cheguei em casa, ajudei meus primos a colarem figurinhas
trocadas na praça por eles hoje de manhā, eles me fizeram rir e sentir saudades
do tempo que tinha 6 anos e colava figurinhas de pôneis. Comi novamente. Subi
para o meu quarto, tomei banho e pensei nele de novo. Na verdade pensei também
no momento que estava colando figurinhas, por ele gostar de futebol mas isso
durou 10 segundos. Ou mais. Deitei na minha cama, entrei em um blog sobre
relacionamentos, comecei a ler e me identifiquei. Conversei com umas amigas que
fazem um papel de alguma terapeuta as vezes (quase sempre), elas me ajudaram a
perceber a estupidez dele. Mas meu cérebro , ou coração, insistiu em esquecer
essa estupidez minutos depois. Abri a conversa dele comigo, observei por alguns
instantes, senti o coração apertar, li alguns textos, abri a conversa
novamente, li mais textos. Identifiquei minha situação em alguns dos diversos
textos lidos, procurei talvez uma solução que nāo fosse ‘’drástica’’ mas nāo
achei. Me senti fraca.
Tentei terminar esse
texto à algumas umas horas atrás mas achei ele superficial demais para o real
motivo de eu ter começado a escreve-lo.
Continuei deitada na minha cama durante essas horas, respondi algumas
perguntas da minha irmā sobre qual cor de esmalte eu achava mais bonita para
ela pintar as unhas, liguei a televisão, nāo achei nada bom o suficiente para
eu assistir ao invés de continuar esse texto, desliguei a televisão. Fiz as
‘’pazes’’ com meu amigo Y, brigamos novamente. Me deu vontade de chorar, nāo
chorei. Dei o play na minha playlist de músicas animadas ( tentativa número 2
de distração), dei pausa. Dei o play na minha playlist de músicas depressivas,
nessa hora eu pensei muito mais nele, chorei.
Cheguei a conclusão que nem tivemos algo suficientemente
forte para eu estar sofrendo tanto, mas também conclui que eu me apeguei muito
a uma coisa que ele considera pouca. Senti apertar meu coração de novo. Me
distrai com um pedaço de bolo de laranja que meu pai me trouxe, comi, mastiguei
pela primeira vez esse ano ao invés de engolir a comida. Conversei com pessoas
aleatórias, dei risada, vi fotos de jogadores gatos no Google, liguei a
televisão novamente, desliguei as músicas, e fiz um coque no meu cabelo. E
enquanto enrolava meu cabelo pensei nele, e no momento eu ainda estou pensando.
Ele nāo sai da minha mente mas VAI PASSAR.
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